Neste 8 de março o SINASEFE reafirma sua postura feminista convidando sindicalizadas e sindicalizados a refletir sobre a urgência do combate às opressões (machistas, racistas, LGBTQIA+fóbicas, capacitistas e etaristas) que as mulheres enfrentam cotidianamente. Para além da reflexão, urgente e necessária, o chamado da entidade é para avançar concretamente nessas lutas, tanto em suas próprias fileiras quanto na sociedade de modo geral.

 

A luta das mulheres e a derrota de Bolsonaro e do fascismo

Para o SINASEFE, o dia 8 de março é um momento oportuno de destacar o papel que a luta feminista cumpriu na defesa da democracia e na derrota de Bolsonaro. Tarefa política essa que as mulheres seguem cumprindo na denúncia permanente do fascismo que ainda insiste em se espalhar pelo país. “Compreendemos que as mulheres tiveram um papel fundamental na concretização da derrota eleitoral de Bolsonaro. Fomos às ruas e às urnas em peso para derrotar esse projeto machista e misógino de país. Momentos como os ‘toalhaços’ que realizamos, logo no início da campanha eleitoral, são exemplos dessa participação feminista na definição dos rumos da política brasileira” destaca a secretária de política para mulheres do SINASEFE, Maíra Martins.

 

Enfrentamento dos assédios e violências nos locais de trabalho

Além da luta política, a atuação do sindicato contra os assédios (moral e sexual) e violências machistas nos locais de trabalho é ostensiva.

Durante o 3º Encontro Nacional de Mulheres do SINASEFE (3º ENMS) os temas estiveram em pauta no segundo (Condições de trabalho, carreiras, maternagem e os assédios como política de gestão) e terceiro dia (Violências contra as Mulheres – do Luto à Luta) de evento. Além dos debates em mesas, o evento também tratou do tema em grupo de trabalho, encaminhando a defesa de várias ações tanto em nível interno quanto junto aos locais de trabalho e moradia das mulheres.

O incentivo à formação de grupos de estudo sobre assédios e violências nas seções sindicais, como medida de prevenção; a defesa da renda básica para mulheres vítimas de violência doméstica; e a luta para que as delegacias das mulheres funcionem 24h, com profissionais preparadas para o acolhimento e atendimento, estão entre as propostas do SINASEFE sistematizadas na Carta do 3º ENMS.

 

Valorização das mulheres que construíram e constroem o sindicato

Compreendendo a desafiadora tarefa da militância sindical no contexto machista enfrentado pelas mulheres (de ontem e de hoje), a atual gestão da Direção Nacional saúda todas as companheiras que já se dispuseram a integrar a luta sindical.

Uma revista especial do SINASEFE, em formato virtual, está em elaboração para saudar a presença de mais de sete dezenas de mulheres combativas que já compuseram a Direção Nacional ao longo destes 34 anos de história.

“Mas sabemos que apenas a memória e o reconhecimento não são suficientes. O ambiente sindical e sua política ainda são espaços de reprodução da estrutura patriarcal e do machismo. Nossa luta, no âmbito do SINASEFE, tem sido direcionada à construção de outros paradigmas para o sindicalismo: mais solidário, diverso, inclusivo, acolhedor e dialógico. É um desafio enorme romper com a prática patriarcal (e neoliberal também) da comunicação violenta, do punitivismo, da eliminação e do apagamento dos outros. Queremos um sindicato que aproxime e dialogue todas e todos, que não retire mulheres, negros e negras, LGBTI+ e pessoas com deficiência. Um sindicato com a nossa cara, a da classe trabalhadora. Por isso afirmamos que o SINASEFE será feminista ou não será!”, destaca a coordenadora geral do SINASEFE, Artemis Martis.

 

Igualdade salarial e de condições de trabalho

Uma das pautas históricas do movimento feminista, salário igual para trabalho igual, pode estar próxima de se tornar realidade no Brasil. Na última quarta-feira (01/03), a ministra do Planejamento, Simone Tebet, confirmou que o governo vai apresentar um projeto de lei para garantir a igualdade salarial entre homens e mulheres. O projeto ainda está em construção, mas deve mexer na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e, a partir da aprovação, a lei terá efeito imediato.

Nesta quarta-feira (08/03), no Palácio do Planalto, haverá o lançamento de ações do governo para a garantia dos direitos das mulheres, dentre as ações está o projeto citado pela ministra Simone Tebet. O evento contará com a presença do presidente da Republica, da primeira dama Janja Silva e da ministra das mulheres Cida Gonçalves. As mulheres do SINASEFE estarão presentes levando as reivindicações da categoria.

No serviço público federal as mulheres são maioria apenas nas carreiras e cargos com salários mais baixos, e, mesmo dentro da Rede Federal de Educação, enfrentam a desigualdade salarial no que diz respeito ao acesso à progressões, à cargos de gestão, à qualificação, às creches. A invisibilização do nosso trabalho, os inúmeros casos de assédios e de perseguições, as jornadas duplas e triplas são alguns dos desafios para que as servidoras possam atingir o mesmo patamar salarial dos servidores.

Apesar das condições nada favoráveis ao exercício profissional e à participação feminina na política, é preciso lembrar que as mulheres da Rede Federal cumprem um papel fundamental nas históricas lutas por igualdade, justiça e direitos no Brasil, especialmente na defesa dos serviços públicos e da educação.

“Recentemente, no momento mais crítico da pandemia de COVID-19 e da ascensão da extrema-direita, fomos às ruas para denunciar a política genocida de gestão da pandemia, reivindicar auxílio emergencial para o povo pobre, condições para o ensino remoto emergencial e vacina para todas e todos. Diante dos duros ataques e destruição das políticas públicas em nosso país, as mulheres do funcionalismo federal carregaram o Estado brasileiro nas costas. Mesmo com salários congelados, adoecimento e sobrecarga de trabalho, sustentamos o atendimento à população mais vulnerável com a prestação dos serviços essenciais e básicos, como saúde e educação. Seguramos ‘a primavera nos dentes’, deixamos nossos lares, nossos afazeres profissionais e domésticos para, corajosamente, somarmos aos atos pelo Fora Bolsonaro e às catorze semanas consecutivas de luta para barrar a PEC 32. A luta das mulheres do SINASEFE é uma permanente luta em defesa da vida!” finaliza Artemis.

*Com informações da Agência Brasil.

 

Texto SINASEFE Nacional

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