
Temos acompanhado incansáveis manobras do Governo Federal via Ministério da Educação (MEC)para viabilizar o retorno das atividades presenciais (ou mesmo híbridas).
Para citar alguns exemplos, vimos essas tentativas no IFRS, no Colégio Militar de Manaus e no Colégio Militar do Rio de Janeiro. Os trabalhadores e o sindicato se movimentaram e conseguiram, com greve sanitária e mobilização, frear tais iniciativas.
O SINASEFE Nacional e nossa seção, sempre defendeu, desde o início da pandemia, que a prioridade é salvar vidas, seguindo as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização das Nações Unidas (ONU): distanciamento social, lockdown, auxílio emergencial e vacinação da população.
Se isso tivesse ocorrido desde março de 2020, não teríamos mais de 400 mil mortos por COVID-19. Se Bolsonaro não fosse um genocida e tivesse comprado as vacinas, estaríamos agora numa fase bem mais avançada do processo de imunização dos brasileiros, mais próximos de reabrir comércios, espaços de lazer e as escolas.
É graças ao negacionismo e à irresponsabilidade do governo que não temos vacinas para todos e que estamos superando 4 mil mortes diárias com a pandemia.
Confira 10 motivos para não voltar às aulas presenciais na pandemia.
1. Volta às aulas na pandemia é um atentado à vida humana. São milhões de pessoas infectadas e milhares de mortos pela Covid-19 no Brasil.
2. Isolamento social na pandemia é vida preservada. O governo federal não contribuiu para o isolamento social desde o início da pandemia com medidas de seguridade social, com as quais milhares de vidas poderiam ter sido preservadas.
3. O trajeto escolar oferece riscos de contaminação. O deslocamento até a escola, realizado por transportes públicos ou a pé pela maioria dos estudantes e famílias, amplia os riscos de contaminação.
4. A sala de aula aumenta a probabilidade de contágio. Não há garantia do distanciamento entre adolescentes e, sobretudo, entre crianças nas escolas.
5. Sem melhorias necessárias na infraestrutura das escolas não há segurança sanitária. Escolas que não possuem espaços abertos, saneamento e água devem ser reestruturadas para garantir condições adequadas para evitar a contaminação.
6. Sem profissionais da educação não há educação. O número que já era insuficiente será menor descontando os de grupo de risco e menor ainda após o contágio, adoecimento e óbito desses profissionais.
7. Estudantes e professores(as) contaminados, famílias contaminadas.
São 123,5 milhões de vidas que seriam colocadas em risco tendo em vista que essas pessoas estão vivendo em domicílios que possuem pelo menos uma pessoa com idade até 17 anos que é estudante.
8. O retorno às aulas pode contribuir para o colapso do SUS. A maioria dos municípios brasileiros não tem UTIs e leitos hospitalares suficientes.
9. Aulas se recuperam, vidas não. A legislação educacional possibilita a reorganização do calendário escolar para retomar as aulas em 2021 ou quando houver condições sanitárias.
10. Educação é um direito de todos e todas. Por isso o retorno às aulas em segurança deve ser garantido a toda a população, não apenas a uma pequena parcela, e a partir do planejamento e ações do poder público junto às comunidades.
Aula presencial só com vacina para todos!
Texto: MST Nacional (Campanha “Volta às Aulas na pandemia é Crime!”)